quinta-feira, 2 de abril de 2009

LEVINO FÂNZERES


Levino de Araújo Vasconcelos Fânzeres (Cachoeiro do Itapemirim, 6 de junho de 1884Rio de Janeiro, 1956) foi um pintor, gravador, desenhista, conferencista e professor brasileiro.
Era filho de diretora de ensino médio, Prof. Maria Josepha de Vasconcelos e do escultor-decorador de arte religiosa, Salvador de Araújo-Fânzeres, cujo pai Joaquim, de abastada família de Santo Tirso, era escultor de figuras sacras, tendo vindo para o Brasil junto com a Ordem Beneditina à volta de 1835, trazendo equipe de marceneiros, artesãos e douradores para ornamentações no Mosteiro de São Bento em Salvador, Bahia. O filho de Joaquim, Salvador, pai de Levino, nasceu em Ilhéus e radicou-se depois em Cachoeiro, onde realizou vários trabalhos, inclusive nas portadas do Convento da Penha, em Vila Velha. Por volta de 1895 Levino foi com os pais para o Rio Janeiro completar estudos.


BIOGRAFIA:
Em 1902, freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios, estudando com Evêncio Nunes e depois na Escola Nacional de Belas Artes sob a orientação de Batista da Costa, de quem recebeu influência técnica.
Em 1912 obteve a láurea máxima do Salão Nacional de Belas Artes, o Prêmio de Viagem. Viajou para a França com a esposa Isolina Albernaz Machado, escultora e pintora, discípula de Eliseu Visconti e que obteve Menção Honrosa. Em Paris instalaram-se em atelier no Boulevard Raspail. Frequentam as aulas de Ferdinand Carmon e André Lhote, na Académia Julian até 1916. Levino conheceu Picasso e Leger, e apesar de ter vivido um período revolucionário da arte em Paris, permaneceu fiel ao seu tema predileto, pintando figuras e paisagens do campo. Décadas mais tarde confirmou sua obra na tendência romantica do século XIX, com pinceladas vigorosas, por vêzes à maneira de Nicholas De Stael. Este vigor era visível sobretudo em suas representações da natureza agreste brasileira sob a dramaticidade de crepúsculos.
Retornou ao Brasil em 1917 e em 1919 fundou a Colméia dos Pintores do Brasil, uma instituição para ensino livre de arte que alcançou o montante de 300 alunos em certa época. A Colmeia foi local de iniciação para artistas famosos no século XX, como Garcia Bento, Sergio Telles, Ivan Serpa, Ivan Freitas, Ismael Neri, Arpad Szenes, Almir Mavignier, Jurema Albernaz e tantos outros.
Realizou viagens pelo Brasil e Argentina, verdadeiras missões culturais, de Belém do Pará a Porto Alegre, desenhando e pintando, realizando exposições e palestras em cada lugar. Subiu o rio Amazonas até as fronteiras do Peru anotando elementos da paisagem ribeirinha. Pintou o Vale do Rio Doce e a Serra da Canastra focalizando em sua pintura as nascentes do rio São Francisco. Em 1938 participou de coletiva de arte brasileira em Nova York.
Em 1940 pintou azulejos e o vitral do solar de Canaan, propriedade do Dr.Américo Gasparini, em Belo Horizonte.
Em 1952, Fânzeres recebeu encomenda de painéis artísticos do então presidente Getúlio Vargas. Os painéis documentam o processo inicial de industrialização do aço no Brasil, retratando as primeiras instalações dos altos fornos em Volta Redonda.
Quase todos os palácios governamentais dos estados da União possuem obras do pintor.
O dado mais importante na obra de Levino Fânzeres é sua ligação com a terra brasileira, representada em grandiosas paisagens ainda selvagens.

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