quarta-feira, 1 de abril de 2009

O PROGRESSO

Grandes latifundiários dominavam a região de Itapemirim. Da Vila, estendiam sua soberania até Cachoeiro. Os Gomes Bittencourt, que eram adversários políticos de Silva Lima, subiram pela margem esquerda até o atual bairro Aquidaban, enquanto o Barão de Itapemirim dominava toda margem direita, até as terras do Bananal próximo a Duas Barras. Durante a fase da cana-de-açúcar Cachoeiro era um povoado perdido à margem do Rio Itapemirim. O início da transformação ocorreu na década de 50 do século passado. De um lado do rio existiam 20 fazendas de açúcar, em sua maioria desenvolvidas a vapor. Essas fazendas abasteciam de aguardente e açúcar toda a província e exportava ainda, em grande quantidade, para o Rio de Janeiro. A arrecadação do sul do Estado era basicamente café e um pouco de cana, que já vivia sua fase de decadência. A primeira casa construída em Cachoeiro de Itapemirim foi de Manoel de Jesus Lacerda no ano de 1846, logo depois foram surgindo as primeiras casas comerciais no centro da Vila próxima a antiga matriz do Senhor dos Passos, sede da freguesia de São Pedro de Cachoeiro de Itapemirim. As casas se concentravam na rua Moreira, marginal ao rio, ou pelas suas transversais. Seu nome também constava na lista de Joaquim Pires de Amorim forneceu, dentre os cidadão que se estabeleceram no lugar entre os anos de 1840 a 1855. Os outros nomes relacionados são os de Pedro Dias do Prado, Inácio de Loiola e Silva (que possuía fazenda da Conceição), José Pires do Amorim (fazenda Boa Esperança), Antônio Francisco Moreira (fazenda da Gruta), Antônio Pinto da Cunha, José Pinheiro de Souza Werneck (fazenda Santa Tereza do Sumidouro), Bernadino Ferreira Rios e Francisco de Souza Monteiro (fazenda Monte Líbano). Curiosamente, encabeçando a lista, aparece o nome do suíço Jean Moulaz, que já se achava na região desde 1837, segundo consta em documento lavrado em 1841. Quanto a Manoel de Jesus Lacerda, consta que era proprietário da fazenda Cobiça. Fazenda Bananal de Cima e Fruteira de Baixo (do Barão de Itapemirim), a fazenda Valão (de Severiano Monteiro de Souza), a fazenda Aquidaban (de Ildefonso de Silveira Viana), a fazenda Pau Brasil (de Francisco Salles Ferreira), a Fazenda Fruteira de Cima (de Aurélia Souto Machado, casada com Manoel de Araújo Souto Machado), a fazenda Safra (da viúva Josefa Souto Belo, administrada pelo irmão, Major Urbano Rodrigues Souto). Pelos seus empreendimentos e coragem esse primeiro núcleo de povoadores foi bastante elogiado junto à Corte pelo Presidente da Província, Dr. Sebastião Machado Nunes, quando de sua visita à região do Itapemirim.

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