quarta-feira, 10 de junho de 2009

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM


CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM

E. F. Leopoldina (1903-1975)
RFFSA (1975-1995)
Município de Cachoeiro do Itapemirim, ES
Linha do Litoral - km 479,462 (1960) ES-0851
Inauguração: 1903
Uso atual: Secretaria da Cultura do município
Sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1903.

HISTORICO DA LINHA: O que mais tarde foi chamada "linha do litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim,foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. A linha funciona até hoje para cargueiros e é operada pela FCA desde 1996. No início dos anos 80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória.

A ESTAÇÃO: No final dos anos 1880, a vila de Cachoeiro do Itapemirim, "segundo os dados estatísticos fornecidos por diversos, poderá dar (para a ferrovia) em café, vindo dos arredores, da parte norte da vila e das colônias vizinhas, cerca de 150 a 180.000 sacos de 4 arrobas". A estação de Cachoeiro do Itapemirim parece ter sido inaugurada ainda pela E. F. Sul do Espírito Santo, em 1903, segundo o Guia Geral de 1960. Era também chamada somente de Itapemirim. Mais tarde, também se chamou Muniz Freire e finalmente tomou o nome da cidade: Cachoeiro do Itapemirim. Ela fica localizada praticamente às margens do rio Itapemirim, mas a uma distância que permitiu a construção de alguns prédios entre ela e as águas do rio. Nas fotos mais antigas - que infelizmente não disponho de cópias para colocar no site - ela aparece tanto com um nome quanto com outro, e não tinha o segundo andar que aparece nas fotos abaixo, que são mais recentes: as fotos mais antigas mostram que havia apenas o andar térreo e que o prédio era o mesmo, apenas tendo sofrido uma reforma com o acréscimo do andar - uma torre central, na verdade - mais tarde. Existia, próximo à estação da Leopoldina, uma outra estação, numa praça de nome João Pessoa - na verdade, era também o nome da estação; hoje, a praça tem outro nome (Praça Pedro Cuevas Junior) e a estação não mais existe - que servia de início à Estrada de Ferro Itapemirim, que ia para o litoral, nessa cidade (Itapemirim). As linhas não se juntavam, mas havia como passar carga de uma para a outra. "A estação da Itapemirim ficava a uns 200 metros da estação da Leopoldina. Enquanto essa perpassava a cidade de uma ponta a outra, a de Itapemirim chegava por outra via e não chegava a alcançá-la, embora ficassem no mesmo plano visual. Ao chegar próximo das estações, os trilhos das duas corriam paralelo, com um desnível de 1m - o da Itapemirim era o mais alto. A ferrovia para Itapemirim teve importância econômica para aquele município, pois escoava a produção de abacaxi que era depositada em grandes pilhas no pátio da estação da Leopoldina. A história dos abacaxis ficou muito forte na minha lembrança: eram pilhas enormes e os abacaxis, muito maduros, exalavam um forte cheiro que impregnava toda aquela área em volta. Nós morávamos exatamente em frente à estação" (América M. Moysés, 11/2005). Em 1995, a linha foi retirada do centro da cidade, por onde passava por uma rua dividindo o trânsito com os carros, e foi transferida para fora da área urbana. Ficou ali a estação, como lembrança do passado. "A estação da antiga Leopoldina no centro da cidade foi totalmente reformada pela prefeitura e acho que vai ser um centro cultural ou talvez algum departamento dela, os homens estão resolvendo." (Gladstone Rubim, 03/2005). Realmente, no final de 2005, estava restaurada e abrigando a Secretaria Municipal da Cultura.

3 comentários:

  1. Meu pai foi supervisor aux. de tração da RFFSA. Trabalhou mts anos nesta estação. Tenho muitas saudades daquele tempo. Cachoeiro tinha um grande movimento de trens. Pena que não tenho um foto sequer da epoca. Eu conhecia quase todos os ferroviarios e tenho saudades deles: Juvenil Ignácio, Haroldo Mendonça, Muica, Mestre Grilo e outros. É pena o tempo ter passado!!!

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  2. Será que alguém tem uma foto com o trem passando pelo caminho que passava no Morro do Amaral. Me lembro quando era criança, eu tinha uns 5 ou 6 anos, e vi o trem passar nesse caminho, que hoje é rua calçada. Cortava a subida do morro ao meio...

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  3. Lindas histórias da Ferrovia!...Pena q. nunca ví e nem verei! Coisas belas, utilitárias, passam como o vento! Deixando a poeira de lembranças e saudades! Bem q. existe ainda a EFVM... Hoje Vale!...Vitória e Minas se comunicam através do meio fácil, tranquilo e acolhedor!...Falo da Classe Executiva que beneficia passageiros que vão e veem do Espirito Santo a Minas Gerais! Melhor viagem não existe! E por falar nisso, será que o trem apitará à meia noite do início de 2012? Quem sabe?... É grito, socorro, alerta para que o Ano seja de realização e de preservação!!!...

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