terça-feira, 26 de abril de 2011

SÉRGIO BENEVENUTO



BIOGRAFIA:
Sérgio Mello Benevenuto, nasceu no dia 27 de março de 1956, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim/ES. Produtor, instrumentista, arranjador e compositor. Iniciou suas atividades em música no Espírito Santo, nos anos de 1970. Seus primeiros estudos foram sob a orientação do professor Maurício de Oliveira. No Rio de Janeiro, freqüentou diversas escolas, como Villa-Lobos, Escola Nacional de Música, Academia de Música Lorenzo Fernandez e outras, até se decidir por uma formação mais aprimorada na Berklee College of Music, conceituada instituição sediada em Boston, EUA. Em 1983, recebeu o "Prêmio Richard Levy" por um de seus trabalhos e neste mesmo ano graduou-se com "Magna Cum Laude" em Composição.
A singularidade da trajetória musical de Sérgio Benevenuto pode ser entendida pelo fato de seu nome já constar como verbete na conceituada enciclopédia de música Cravo Albin, antes mesmo de ter qualquer gravação disponibilizada ao público. Isso é porque a sua história aconteceu nos bastidores.
Em 1984 graduou-se “Magna Cum Laude” na Berklee College of Music (Boston/USA) e recebeu na mesma ocasião o prêmio Richard Levy pelo conjunto de suas composições. Ao voltar para o Brasil fixou-se no Rio de Janeiro e elaborou uma metodologia inédita de ensino, que veio a formar uma geração de instrumentistas que hoje se destacam no cenário artístico, como Arthur Maia (Gilberto Gil), Marcelo Martins (Djavan), Heitor TP (ex-Simply Red, atualmente trabalhando em trilhas para a Dreamworks), Zé Canuto (Gal Costa), Fernando Caneca (Maria Gadú), Ézio Filho (Zélia Duncan), e ainda prestou serviços a artistas como Baby do Brasil, Marcelo Bonfá, Raphael Rabelo, Rodrigo Lessa, entre outros.
Fundou a Rio Música, uma das mais atuantes escolas do cenário profissional de música no Rio de Janeiro, e que a partir de 1993 veio a ser a primeira instituição a oferecer um curso completo de Produção Fonográfica no Brasil, em parceria com profissionais de destaque como Mayrton Bahia, Fábio Fonseca, Carlos Pedruzzi e Fábio Henriques. Desde então realiza palestras e workshops em festivais de música em diversas cidades do País.
Trabalhou na área de projetos especiais para a Universal (ex-Polygram) e ainda participou na criação de um conceito até então inédito no mercado brasileiro, ao cifrar as músicas do CD “Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão” de Marisa Monte (EMI) e incluí-las no encarte. Em Vitória (ES) a partir de 1998, dirigiu diversos espetáculos que uniram artistas locais com músicos nacionais (Ópera Pop Panela de Barro, Eller por Elas, O Baião do Rei, Festa de São Pedro 2002, Maria Maria de 2005, o Rock do Roberto em 2007).
Produziu e dirigiu musicalmente diversos CDs para artistas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo (Solana, Lucy, Rajar, Supercombo, Ócio, Saia no Samba, Is Cool, entre outros). Hoje exerce também a função de Diretor da Escola de Áudio e Música Popular – AMP - sediada em Vitória/ES.
Em 2008 lançou seu primeiro álbum, “Onde Andará Ruff Cutz”, contando com performances memoráveis de uma constelação de grandes instrumentistas brasileiros. O CD foi selecionado entre os melhores do ano no Prêmio TIM de Música Brasileira e colheu críticas entusiasmadas.
E agora em 2011 apresenta “IO”, seu segundo disco, fortalecendo o conceito de arranjos surpreendentes e performances vigorosas de 22 convidados da primeira linhagem da música instrumental brasileira. O álbum sai pela Brazilian Music Factory’ (BM Factory).

DADOS ARTÍSTICOS:
No Espírito Santo participou como músico e compositor do movimento cultural predominante, integrando-se aos músicos da época para jams, e dedicando-se à banda com a qual montou dois shows: "Lon" e "Epitáfio" (com Paulo Faria, Jerry Marques e Heitor T.P.). Por mais de três anos foi crítico e repórter musical do jornal A Gazeta. No Rio de Janeiro, disposto a criar uma escola de música realmente profissionalizante e voltada para o mercado de trabalho, fundou a Rio Música, que se firmou como uma das mais atuantes no cenário profissional de música do Estado. Elaborou uma metodologia de ensino que formou uma geração de instrumentistas que hoje se destacam no cenário artístico, como Heitor TP (Simply Red), Arthur Maia (Gilberto Gil), Marcelo Martins (Djavan), José Canuto (Gal Costa), Fernando Caneca (Marisa Monte), e ainda prestando serviços a artistas como Baby do Brasil, Zélia Duncan, Marcelo Bonfá , Daúde, Raphael Rabello, e outros. Trabalhou alguns anos como produtor para a PolyGram e criou um conceito até então inédito no mercado, quando preparou todas as cifragens do encarte do CD de Marisa Monte ("Verde, anil, amarelo, cor- de-rosa e carvão" - EMI), permitindo ao ouvinte poder executar as músicas. A partir de 1993, dedicou-se também à implantação, na Escola Rio Música, da primeira Escola de Produção Fonográfica do Brasil, fazendo parcerias com produtores de destaque, como Mayrton Bahia, Fábio Fonseca, Fábio Henriques etc. Produziu os trabalhos de Rodrigo Lessa e do grupo Tom do Azul. Em 1997, co-produziu, ao lado do músico e produtor William Magalhães, os trabalhos de dois novos artistas (João Suplicy e Vytoria Rudan) e uma banda (Embromation Society), nos estúdios da Chorus, RJ . Estes projetos deram início à criação de um novo selo, o Banan Beat. Em 1998 retornou à Vitória, cidade do Estado do Espírito Santo. Fez a pré-produção das fitas que levaram o grupo Símios a fechar um contrato com o selo Seven (distribuído pela Sony Music). Em 2000 fez a direção musical do show de lançamento do trabalho de "Aloysio Palma e os Próprios".

DISCOGRAFIA:
2011 – 10
2007 – Onde Andará Ruff Cutz?

ENTREVISTA:
As ‘mil e uma’ facetas da produção musical
www.seculodiario.com.br/arquivo/2004/janeiro/24_25/entrevista/entrevista/24_01_01.asp (matéria: Jeanne Bilich)
Definir quantas e quais são as tarefas pertinentes a um produtor musical não é tarefa fácil. Segundo, Sérgio Benevenuto - nosso entrevistado deste final de semana - "um produtor tem que pensar desde a escolha do repertório até a produção do CD, como produto negociável. Há que se ver, ainda, onde o artista se encaixa: se ele é mais 'cool', mais reverente, eu tenho que passar isso de forma clara para quem vai consumir a música". Fundamental, também, diz ele, é compor o visual, a imagem do artista, bem como estar todo o tempo "antenado", em "sintonia fina" com as tendências que irão dominar as próximas temporadas.
Capixaba de Cachoeiro, Sérgio Benevenuto, 46 anos, está pela segunda vez radicado no Espírito Santo. O produtor musical possui uma inquieta história de vida. Toda ela caprichosamente traçada por um único fio condutor: a música. Aliás, as primeiras lições foram aqui mesmo, no Espírito Santo, precisamente com o mestre Maurício de Oliveira. Na década de 70, antes de "rodar mundo", foi crítico e repórter musical do jornal "A Gazeta". Mudou-se, então, para o Rio, matriculando-se na Villa-Lobos e, posteriormente, na Escola Nacional de Música e Academia de Música Lorenzo Fernandez. Aí decidiu que era hora de buscar uma formação musical mais aprimorada. Encontrou-a no "Berklee College of Music", em Boston, USA. Na volta para o Brasil, trouxe um sonho na bagagem: fundar a "Rio Música", uma escola de música profissionalizante, com uma peculiaridade marcante - a de realmente preparar os alunos para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. Criou uma metodologia de ensino que formou instrumentistas famosos, hoje ocupando importantes espaços no cenário nacional. Alguns exemplos? Heitor TP (Simple Red), Arthur Maia (Gilberto Gil), Marcelo Martins (Djavan), José Canuto (Gal Costa) e Fernando Caneca (Marisa Montes). Entre tantos outros, naturalmente! Benevenuto trabalhou também como produtor na Polygram e prestou serviços a Baby (Consuelo) do Brasil, Zélia Duncan, Marcelo Bonfá, Daúde e Rafael Rabelo. Em 1993, implantou na própria "Rio Música", a primeira "Escola de Produção Fonográfica" do Brasil.
Para sabermos mais sobre as atividades a que vem se dedicando nesse retorno à terra capixaba, fomos encontrá-lo em seu próprio escritório, sediado à rua Aleixo Neto, esquina com Chapot Presvot, na sua "Pennylan". É assim que ele chama a Praia do Canto:
Século: Quando e por que você voltou a se estabelecer no Espírito Santo, Sérgio?
Benevenuto: Creio que o ano foi 1999... Voltei por uma questão familiar e quando aqui cheguei, observei que havia um cenário muito promissor, isto é, muitas bandas estavam se formando, fato que não ocorria na época em que eu aqui estava. Cheguei, já fui logo comprando uns 40 discos das pessoas que aqui estavam trabalhando, para ter uma visão da coisa... E aí tirei minhas conclusões: primeiro, já estava começando a surgir um movimento quantitativo bom; segundo, vários artistas estavam se estruturando, 'correndo atrás', tentando fazer 'links' maiores e, ao mesmo tempo, ainda não havia uma preocupação muito grande com qualidade, com o qualitativo para ser competitivo. Que não adianta ter só quantidade. Mas, eu acho que é um processo orgânico, natural e, então, a minha proposta foi também trazer um pouco desse 'know how' que eu acumulei durante esses anos todos, trabalhando aonde eu trabalhei. E articular as 'coisas', através daqui. Nesse processo, deparei-me com dois trabalhos que me encheram os olhos - mesmo! - trabalhos esses ligados à área pop, rock, por aí, mas muito bons! Achei, quase que por acidente de percurso, dois compositores que vieram de Ecoporanga. E, a primeira sensação que você tem, de que vem de Ecoporanga, é que se tratava de 'country music', mas não... Os caras são pós-psicodélicos ou hippies e com um poder de composição muito acima da média que eu estava observando no Rio nos últimos anos.

- Por favor, o nome desses compositores...

- O nome dos dois? Um é o Dante Ixo e o outro é o Juliano Gauche.

- Você é capixaba de onde e com que idade deixou o Espírito Santo?

- Bom, a despeito de terem me recusado alguns trabalhos aqui, como seu eu fosse um E.T. carioca, eu sou capixabíssimo. Nasci em Cachoeiro de Itapemirin, tendo saído de lá aos 5 anos. Passei toda a minha adolescência em Vitória, deixando o Estado quando tinha em torno de 20 anos. Quer dizer, esse retorno meu não foi nada assustador. Eu me sinto completamente em casa aqui. Então, capixaba sim! Casado? Sim. Duas vezes, com duas filhas. A 'produção' lá em casa é de quinze em quinze anos... (risos).A primogênita tem 18 anos e a outra, apenas 3. Sou casado com a Alza Alves, que é uma das principais articuladoras de toda essa questão vocal no Brasil. Ela é uma das fundadores do Jeve, que é uma das principais associações de voz. Ela é carioca, convidei-a para vir ao Espírito Santo e o resultado foi que acabamos ficando juntos aqui e juntos tivemos a minha filha mais nova, a Julinha, com três anos. E eu tenho a filha do primeiro casamento, a de 18 anos, que é a Natália. Aí o perfil da minha vida privada...

- Fale agora um pouco da sua trajetória profissional.

- Comecei em Vitória, em plena adolescência, isto é, lá em 1973, 1974, quando montei minhas primeiras bandas, circuito 'underground', só que naquela época não havia aqui absolutamente nada. Tivemos até orgulho porque nessa banda que eu fiz à época, tocava um guitarrista chamado Heitor TP, que nunca entrou para a história aqui no Espírito Santo. Hoje ele trabalha para a 'Dream Works', do Steve Spilberg, mora em Los Angeles, tocou 7 anos com o 'Simple Red' - uma banda mundialmente famosa -, quer dizer, um cara que foi para o mundo mesmo, deu super certo e, no entanto, nunca aqui foi citado de nenhuma maneira, o que eu acho até injusto! Enfim, montávamos bandas, shows e ensaios intermináveis até o ponto o ponto de um não conseguir mais olhar para a cara do outro... porque não havia lugar para tocar, não tinha onde gravar - as gravadoras era um sonho distante! - então, na verdade, fizemos alguns shows no circuito mais 'underground' mas, na verdade, não acontecia nada... E fomos nos cansando mesmo. Nesse período, comecei a trabalhar como repórter musical do jornal 'A Gazeta', e então, meio no desespero, resolvi, em 1975, ir com a 'cara e a coragem' para Londres. Falei lá para o meu editor: 'Tô indo embora'... Claro que eu 'quebrei a cara'. Quando cheguei estava nascendo o 'punk rock', eu com outra cabeça... todo mal estruturado, caipira mesmo, violão debaixo do braço, com muita pouca informação. Claro, não deu certo! Voltei e reassumi em 'A Gazeta'. Até que um dia fui ao Carlos Gomes assistir a um espetáculo de jazz., que eu já estava bem interessado nesse gênero. Apresentava-se o Vitor Assis Brasil e na 'batera' havia um grande amigo meu que me falou de uma excelente escola de música nos EUA e que ali se ensinava o que eu queria realmente aprender. É que nas escolas de música que eu freqüentei parecia que eram mundos distantes, mundos separados entre a realidade do dia-a-dia e a realidade acadêmica. Não havia nenhuma relação com a vida real, com os discos que eu ouvia em casa, de como se fazer aquele processo. Tentavam me fazer um músico neo-barroco, assim... uma espécie de barroco tardio!(risos) A verdade é que nas escolas e pelos professores pelos quais passei não aprendi patavina. Aí, 'enchi o saco' e fui para o Rio. Também lá nas escolas repetia-se o mesmo processo... Não se falava disso que eu tanto queria aprender - a música real, a música de hoje, música contemporânea, a que se faz no momento. Então, tendo o baterista do Vitor Assis Brasil me falado sobre a 'Berklee College of Music', enviei meus testes, larguei tudo e fui embora...

- Onde fica sediada essa escola?

- Fica em Boston e é considerada a melhor escola do mundo. Lá estudaram os grandes 'figurões' da música instrumental. Uma escola muito voltada para jazz e hoje assimila também bastante do pop: é um jazz encostando no pop. Só que minha primeira fase de formação musical tinha sido intuitiva, eu ouvia era Beatles, John Lennon... aqueles propósitos expressos nas suas músicas de transformar o mundo, aquilo tudo exercia um encanto na juventude da época e eu não fui exceção. Só que, ainda em 70, o próprio John Lennon afirmou: 'The dream is over'. O sonho acabou! Se 'virem', portanto... Assim, resolvi ser um profissional de música. Então, fui para os EUA mais com a cabeça voltada para o jazz e, quando lá cheguei, encantei-me pela música contemporânea erudita. Assim, eram formações muito diversas: aqui do Brasil, eu tinha a nossa música brasileira, a infância ligada ao pop rock, entrei no mundo do jazz... e, quando fui para uma escola de jazz, apaixonei-me pela música erudita contemporânea! Tudo isso, trouxe-me uma visão da música muito científica, muito técnica. Fui com o espírito muito investigativo, tentando entender essa fenomenologia por trás da música. Então, fora a 'Berklee' ainda fiz uma biblioteca particular minha, muito rica ... comprei tudo que podia! Comecei, então, a elaborar o projeto de montar uma escola no Rio, que seria a primeira escola voltada para a formação do músico de hoje, do mundo real, o que ele precisa aprender dentro de um estúdio de gravação, como deve se comportar, o que é a produção de um disco, como deve ser planejada a carreira dele, o que ele precisa aprender sobre tecnologia hoje. Porque estar fora da tecnologia... hum... é 'brincadeira'! Afinal, necessita-se de tecnologia para tudo.

- E quando essa escola foi criada?
- Eu me formei na 'Berklee' em 1984 e, assim que cheguei ao Rio, imediatamente montei a 'Rio Música'. A escola foi pioneira nesse sentido lá no Rio e eu devo muito a ela, porque o fato de tê-la dirigido por mais de 10 anos consecutivos, proporcionou-me um contato muito próximo com toda a comunidade musical ativa do Rio de Janeiro. Assim, como o objetivo da escola era formar músicos para o mercado de trabalho, eu conheci os produtores, o pessoal das gravadoras, empresários. Nessa escola, passaram artistas como Rafael Rabelo, a Baby Consuelo, o Arturzinho Vaz, os grandes instrumentistas de hoje. Através desse método que eu implantei na 'Rio Música' é que me permitiu fazer todos esses contatos e conquistar o Rio, digamos assim. Que método é esse? Na verdade, esse método consiste em tirar 'toda a frescura', é fazer o cara ser apto a 'pegar' uma banda, arranjá-la, ter uma boa performance de instrumentos, conhecer e conviver com a tecnologia, estar preparado para gravações, etc. Assim, fomos formando músicos e abastecendo as gravadoras. Então, na banda do Gil, do Caetano, sempre tinha um músico técnico formado na 'Rio Música'. E, ainda, fomos pioneiros na criação da primeira Escola de Produção Fonográfica do Brasil. Aí, nessa altura, fiz uma parceira com um produtor - que para mim, até hoje ainda é um mestre - que se chama Mairton Bahia. Mairton já trabalhou com todo mundo...desde a Elis Regina, João Gilberto, Legião Urbana... enfim, um cara que deixou uma história! Ele fez um disco instrumental, um clássico para mim, que é o 'Samambaia", com o Hélio Delmiro e com o César Mariano. Enfim, fez trabalhos maravilhosos! E eu e ele montamos na 'Rio Música' esse primeiro curso de produção fonográfica. Hoje, também, nos principais estúdios, principalmente os do Rio, estão pessoas formadas na 'Rio Música'.

- E com quem está a escola agora que você está aqui?

- Bem, eu arrendei a escola para três alunos amicíssimos meus, todos na ativa, sendo que um deles é o diretor musical da Zélia Duncan, outro é o Marcelo Martins, que hoje está na banda do Caetano e o terceiro, é o Geraldo Brandão que fez mais de 600 álbuns lá para a 'Niterói Disco', um modelo muito próximo da 'Rubem Braga' daqui, não? Enfim, eles estão lá tomando conta para que eu possa estar aqui, meio 'comendador'... (risos)
- E você está feliz aqui?

- Bem, quando cheguei e constatei esse cenário promissor, revi a Praia do Canto - que chamo minha 'Pennylane' - um bairro em que saio a cumprimentar todo mundo: 'Bom Dia, barbeiro', 'Bom Dia, enfermeira...'(risos). Vindo do Rio, onde gastava três horas no trânsito todos os dias, onde nos últimos 4 meses que lá passei, fui assaltado quatro vezes (risos)... Quer dizer, eu estava um pouco estressado com o Rio! Então, decidi ficar por aqui mesmo, comprei este escritório aqui na Praia do Canto, mas não me desfiz da escola no Rio. Aliás, continuo indo lá... Na verdade, estou mais é me dividindo. E quanto a minha estada aqui, meu papel tem sido esse: primeiro, a 'coisa' didática mesmo, isto é, venho dando aulas para algumas pessoas que já estão no meio musical, sempre reservo esse espaço para ensinar. Infelizmente, havia também um outro projeto que ia ser feito em parceria com a Ufes, mas não vingou. Esse projeto - alguém tem que saber disso! - afinal, me 'alugaram' l ano e meio, fizemos uma sociedade, eu, o José Luiz Dantas e o Paulo Pelissari, para montar uma escola aqui, no Espírito Santo, escola que seria um modelo para o Brasil. Ora, envolvi-me com o pessoal da Cândido Mendes para trazer gente da assessoria de imprensa, enfim, toda aquela engrenagem do 'show business' e a Ufes, na pessoa do Kleber Frizerra, foi irresponsável no sentido de ter me deixado trabalhar 1 ano e meio e depois sair com aquelas coisas de 'política interna' da universidade. O Kleber Frizzera fez um papel lamentável para com a comunidade musical. Porque se o projeto tivesse saído, nós hoje estaríamos uns 4 anos adiantados em relação a 'know-how', conhecimento mesmo! É foi uma coisa meio moleque... eu treinei professores durante 3 meses, comecei a comprar equipamentos, uma sociedade foi formada - e olhe que a Ufes não entraria com um único tostão! - estava tudo já alicerçado. Aí, entre aquela política interna ali... Pois é! Um dia, tomara a comunidade musical saiba quais são os problemas que aqui existem. Então, o que fiquei eu fazendo aqui neste tempo? Artistas em início de carreira, querendo gravar seus primeiros áudios, como é o caso do Marquinhos Ribeiro que está lançado o primeiro disco dele agora; uma 'menina' chamada Cláudia Colares; fizemos uns áudio do Gustavo, que hoje é o vocalista da 'Nave', uma banda que já está aí colhendo seus primeiros frutos... Mas, quando eu ouvi esses 'meninos' do 'Solana', aí eu achei que eu tinha realmente um produto. Acho que esses 'meninos' têm mesmo um lugar na MPB. Não é que eu ache só bonito! É que eles são bons mesmo!

- Esta convicção vale uma aposta?

- Pela experiência que acumulo, eles têm realmente lugar na MPB. Então, quando os encontrei, eles estavam sem banda, sem nada, e assim eu montei a banda para eles. E a partir dessa idéia - o que aconteceu na 'Rio Música' também durante esses anos todos - fomos formando profissionais para a indústria. Em todos os pontos da indústria, a gente foi formado um 'familião', em um espírito muito construtivo. Então, veio uma idéia de nós mesmos formamos uma indústria. Por que? Ora, porque produzimos áudios, temos os estúdios que as grandes gravadoras dispõem, contamos com os profissionais que as grandes gravadores têm - tanto como músicos, como técnicos - e, no entanto, está sempre todo mundo trabalhando para a indústria. Que tal, então, a gente reagrupar esse time possante, e aí termos nossa própria indústria?! Talvez não dispomos da folga orçamentária que a indústria tem, mas... temos todo o padrão! Então eu, aqui em Vitória, estou me 'linkando' dessa maneira: colocando tudo isso à disposição. Assim, esses dois discos foram gravados - 'Solana' e 'Lucy' - com padrão industrial mesmo, normal. Foram mixados pelo cara que mixa o Renato Russo... as capas foram feitas com muito carinho! Tudo em busca desta competitividade.

- É corrente afirmar-se que acontecimentos musicais oriundos do nosso Estado não repercutem no eixo Rio/São Paulo. É preciso uma 'alavancagem' muito forte, impulsionada até pela Rede Globo, Som Livre etc. Caso contrário, o espaço permanece restrito e limitado ao regional. Esse é um conceito falso ou verdadeiro?

- Olhe, é delicado falar isso porque a gente até vive no Espírito Santo um processo eufórico entre os músicos e eu sou sempre um 'cara' meio realista neste aspecto. Eu vim de uma realidade e tento passar esta realidade. Então, essa realidade que eu vivia, ou seja, convivendo com a indústria mais próxima, revela claramente que o Espírito Santo nunca teve tradição de 'exportar' seus artistas. Assim, quando eu dizia para as gravadoras que havia uma banda do ES....hum.... Por que isso ocorria? Porque, se fosse uma banda de Minas, esse Estado já tem um circuito exportador; se fosse uma banda de Brasília, do Rio Grande do Sul, tudo bem! Para as gravadoras, 'pegar' uma banda do Espírito Santo representa que eles terão que trabalhar três vezes mais. É isso que vai pela cabeça deles! Então, na verdade, quem precisa trabalhar três vezes mais é a gente aqui. Eles é que não irão se dispor a isso. E se é a gente, precisamos fazer produtos bem mais competitivos, com grande qualidade, nivelando-nos com o que vem de Minas, São Paulo e do Rio. E é exatamente isso que estou tentando fazer! Agora, há pouco tempo mesmo, começou a surgir um fato novo que é o fenômeno da venda regional. Por que? Porque os estúdios de gravação baratearam muito seus custos... Assim, o que era impensável há 15 anos, hoje o 'cara' arranja um 'patrociniozinho' ali, já dá para fazer...

- Ou seja, podemos depreender que está sendo criado um mercado segmentado, regionalizado?

- Há uma tendência sim para esse mercado regionalizado. Antes, por exemplo, lá em Aracaju não tinha como o pessoal do local gravar disco, 'tá'? Então, de repente, aquela 'cara' que toca na noite de Aracaju há uns 11 anos, já tem um público 'ao vivo', ele entra em um estúdio, grava um disco sem muita competitividade, sem muito padrão nacional - um disco regional - e acaba alavancando uma venda expressiva regional. Aí quando um artista local vende regionalmente, a gravadora abre os olhos: "Ôpa, lá em Aracaju, aquele 'cara' acontece regionalmente..." Não é - quero deixar isso bem claro! - que as gravadoras fiquem 'encantadas' com o que pode acontecer em nível regional, não! Apenas, se vendeu bem, há uma chance que pode se abrir... Aqui mesmo, de forma recente, registrou-se um fenômeno desse tipo com a Banda Casaca que vendeu entre 20 e 25 mil cópias no Espírito Santo, o que fez com que as gravadoras ficasse atentas. Então, essa banda vai lá, faz aquele contato.... E é o que estou dizendo, nós é que temos que trabalhar triplicado.

- Para 'acontecer' regionalmente é também necessário ocupar os 'espaços' certos na mídia local. Há esse 'espaço' aqui?

- Eu diria que há. Até bem! Por exemplo, conseguir um espaço desses no Rio é uma coisa 50 vezes mais complicada. Conseguir o mesmo espaço aqui na Gazeta, na Tribuna, aparecer nas tevês locais toda hora.... Esse não é o grande problema, não! Uma coisa que sinto muito falta aqui é da crítica especializada. Quando eu trabalhava no jornal 'A Gazeta' existiam críticos de artes plásticas, dois críticos de cinema e um de literatura. Hoje, eu não vejo isso! Não há senso crítico. Ora, assim a imprensa fica trabalhando com 'releases'. No 'release', o Zé das Couves manda o dele, dizendo que ele é ótimo, etc. e tal e você não sabe quem é realmente bom. Não há um senso crítico. Para falar a verdade, eu sinto muito falta da crítica especializada....

- Essa crítica a que você se refere - e que realmente aqui existiu! - era 'forte' e até determinante para 'sinalizar' para o público os bons livros, filmes, artes plásticas, música etc. Mas, a verdade, é que a crítica também desapareceu da chamada 'grande imprensa', isto é, nos jornais de circulação nacional, após o advento do rolo compressor da 'indústria cultural'. A exceção fica por conta dos cadernos como o 'Mais' da 'Folha de São Paulo', edição de domingo, e do 'Prosa e Verso' de 'O Globo' e 'Livros & Idéias', do JB, ambos nas edições de sábado, mas exclusivamente voltados para o universo literário. Na sua visão, foi mesmo a 'indústria cultural' que 'exterminou' com a crítica?

- Porque ela acabou, eu não sei... aliás, até hoje não compreendo isso! Porque o crítico, a despeito das críticas que ele tradicionalmente recebe, tipo ´crítico é um artista frustrado' etc. e tal, mas eu acho que eles são imprescindíveis, inclusive, em nível de informação propriamente dita. Porque se o jornal só publica 'releases', ora... todo mundo fica igual... 'que bom', não? Você não tem referências, você não tem a 'coisa' dissecada, você não tem sequer a informação precisa. Da mesma maneira que estou hoje apostando em dois 'caras' lindos, padrão nacional, eles estão sendo tratados assim... como mais um, no oceano de 'releases'.
- Por não ser uma 'expert' em música popular brasileira, pop, rock, etc. Quando eventualmente escuto o que as rádios estão tocando, parece-me estar tudo homogêneo, idêntico mesmo. Não noto padrões diferenciais marcantes entre um cantor e outro, uma banda e outra, como ocorria na MPB em décadas anteriores. 'Quem ouve um, ouve todos'. Isso é 'radicalismo' meu, do tipo 'não ouvi e não gostei' ou vem ocorrendo na verdade? E como é que um artista pode acontecer - pelos seus méritos artísticos, obviamente! e não via 'marketing' em um universo homogeneizado?

- Bem... é uma longa história! Existe até um curso chamado 'A História da Indústria Fonográfica', onde você conhece como isso foi trabalhado. Na minha visão pessoal - isto é, na minha análise própria mesmo! - nós tivemos na MPB um período muito fértil que se situou no final dos anos 60 e início dos anos 70. Os músicos tinham muita liberdade, as músicas eram contestatórias - contestavam o sistema, o 'establisment' - enfim, havia uma 'briga' inteligente circulando, o que dava muita liberdade para os músicos. Eles entrevam no estúdio, faziam uma música de 40 minutos, não havia problema algum... as rádios que se danem! Essas bandas até hoje - por incrível que pareça! - são referências para a vida dos jovens do presente. Nos finais dos anos 70, três coisas começaram a mudar esse cenário: o surgimento da 'dance music' e ali começou a desaparecer a bateria, para existir o 'bum bum' caixa, tudo em canal isolado, com programações. Que estimulam as pessoas a dançarem e não a ouvir, propriamente dito. Naquele momento, a indústria descobriu que esse tipo de público - que queria música para dançar, para se divertir, entretenimento mesmo - era muito maior do que o público que realmente gostava de ouvir música. Então, a indústria passou a se voltar para esse gênero. Outra coisa, foi quando surgiu o 'punk' ou seja a 'anti-música' e também a indústria percebeu, em meados dos anos 70, que essa rebeldia podia ser cooptada, isto é, era vendável também. Então... 'podem falar mal de mim', que eu vendo esse 'mal falar' também! Pode rasgar a calça, que eu 'industrializo' também, coloco calças rasgadas no mercado, pode ter cabelo grande que passa a ser 'moda' ... assim, o cenário mudou, passando a ser o que hoje chamamos de 'indústria'.

A 'indústria' da música ficou forte, vendeu como nunca, alargou seus horizontes, chegou a um ponto que ninguém poderia prever que chegaria. E, obviamente, tudo isso convergindo para um certo padrão. E, olhe... eu sou um produtor de música. Portanto, o cara mais suspeito para falar disso! Mas, na verdade, a ênfase começou a ser na produção, digo, na qualidade da produção, mais do que no projeto artístico ou na identidade artística. Então, hoje temos cantoras que fazem sucesso - como você mesma descreveu - que se colocar o som dela no ouvido, você ficará impressionado com a qualidade da produção, com o nível de detalhe, como os 'caras' pensaram em tudo, sonoridade maravilhosa, tudo 'arquitetado'... Mas, se você tirar essa cantora e a substituir por outra hum..., ou seja, o que fala mais alto é a produção, certo? Ora, sendo eu produtor - olha só! - o mais fácil para mim seria dizer: 'deixa como está' (risos). Mas... eu gosto de arte! Eu nasci em outra época, vim de outra época. Por exemplo, voltando novamente ao 'Solana' para ratificar... Para mim, esses 'meninos' estão trazendo exatamente aquilo que eu tinha perdido há anos: o gosto pela canção, o gosto pela consistência na letra, que hoje em dia, qualquer 'retalhozinho' já está passando. Tudo bem, mas não concordo! Costumo dizer que minha produção é muito boa (risos). Olha só: letra não sendo boa, eu risco mesmo; se for aquele verso 'preenchido' por falta de opção, para mim não vale! Versos têm que ter um sentido! Pois bem, esses 'meninos' do "Solana" trouxeram para mim tudo isso!

- O 'fenômeno' musical que fechou 2003, largamente divulgado, foi Maria Rita, a filha da Elis Regina. Qual sua visão particular sobre a 'nova' cantora?

- 'Pô', lindíssima, maravilhosa, tudo certo! Mas quero esperar um pouco mais... Na verdade, ela tem uma justificativa muito forte de ser tão parecida com a Elis. A sensação que eu particularmente tenho - e até não é muito agradável! - é quase a de que eu estou ouvindo 'outras vidas' - fantástico! de tão próximo que é o 'negócio'. E, olhe, muitas outras pessoas partilham esse mesmo sentimento meu. Sinto que o repertório foi feito para a mãe, a Elis, e não para ela. Chamaram o Tom Capone, que é o melhor produtor do momento, para dar uma 'modernizada' na sonoridade. A Maria Rita é uma intérprete maravilhosa, uma artista de sensibilidade, não se engane, que é mesmo! Só que parece que ela está sendo 'empurrada' para ser a mãe novamente e, para mim, vai chegar naturalmente a hora em que ela vai precisar ser ela mesma e terá que se articular melhor para isso. Mas, ela tem talento. Com certeza!

- Será que a 'explosão Maria Rita' não implicaria nesta pós-modernidade para aclarar uma demanda por música de qualidade, aquela que traduz sentimento, podendo mesmo 'alavancar' uma nossa fase na MPB?

- Olha, se a Maria Rita não fosse a filha da Elis Regina (risos), eu até concordaria com você (risos)... Mas não, há um 'marketing' em torno da Elis. Então, não se sabe o quanto isso é saudade da Elis ou se realmente se está apontando para um resgate futuro... Temos que esperar! Há outras 'meninas' despontando também. Por exemplo, tem uma menina chamada Vanessa da Mata... muito bom trabalho o dela! Mas, observe, a única que está na mídia é a Maria Rita. Por que? Porque a nossa conexão com a Elis é ainda muito forte no Brasil (risos).

- Fechando essa conversa, fale sobre o 'Solana' e 'Lucy', por favor...

- Bom, o 'Solana' é todo fundamentado nas composições desses dois 'youngs and brilhants composers', o Dante e o Juliano. Para mim, eles foram uma surpresa muito agradável, porque eu já vinha trabalhando há uns 15 anos no Rio, e tinha a sensação que a produção nossa sempre ficava acima do artístico. Estávamos querendo bons artistas... E eles me acenderam esta chama novamente! Trazendo o melhor das referências assim, digamos, do final dos anos sessenta início dos 70; uma boa dosagem de psicodelia; aquelas mensagens de cunho espiritual - sem nenhuma frase apelativa! - com um grau poético que até hoje me deixa bastante satisfeito. Então, eles nem tinham a banda ainda, eu fiz a pré-produção com os dois, montamos as músicas - fizemos o repertório do disco - e, em seguida, montamos a banda. A banda foi complementada aqui no ES mesmo, com o Murilo Abreu - que é filho do Afonso Abreu - tocando baixo; o Bento, na bateria, também sobrinho do Afonso Abreu; e, um guitarrista 'enfant terrible', um garoto de 17 anos, chamado Rafael Rocha, que é filho de um guitarrista daqui, o Cryso Rocha, que já tem uma 'linguagem'... Estão afinadíssimos e afiadíssimos! Então, a nossa estratégia é começar as negociações em março, no Rio - porque agora o período é de férias - e, enquanto isso, trabalharemos aqui no Espírito Santo, em janeiro e fevereiro.

Até mesmo para eles se 'aquecerem' mais! Assim, eu produzi todo o disco, produzi o show e estamos 'passando' por todo o Espírito Santo. Na verdade, eles são os dois artistas que inauguraram o selo que nós criamos no Rio, através da 'Rio Música', chamado BMFactory. Esse selo foi feito por meus parceiros do Rio, cujo diferencial é este: é um selo com características nacionais e tem como seus dois primeiros produtos, duas bandas aqui do Espírito Santo. A outra banda se chama 'Lucy' e é uma banda que já tem uma história aqui no Estado, mais no circuito rock pop. Mas quando eu ouvi a banda 'Lucy' em ação, pela primeira vez, me chamou demais a atenção a Manuela Bergamim, que é a vocalista da banda. O 'Lucy', do ponto vista técnico, dentro do mundo pop por onde eles navegam tem, em um extremo, algo assim que lembra um Kid Abelha, com o pop levinho, gostoso... já no outro extremo, um Pato Fú, todo experimental.

O Lucy navega aí pelo meio... Com um diferencial: a banda conta uma belíssima cantora, uma cantora de voz grande, aveludada e, ainda, com dois bons compositores: o Márcio e o João Paulo. Quer dizer, as composições não ficam devendo nada, isto é, não ficam pelo meio do caminho... são boas composições! Enfim, foi um trabalho que também me agradou muito, desde o início, fazer essa pré-produção que durou quase um ano, mais dois meses gravando, mais dois meses mixando (risos)... e, aí estamos com o disco já colocado à venda na 'Laser Discos' e em alguns outros pontos do Estado. Também, dentro dessa mesma ótica, vamos mostrar esse trabalho no Rio e em São Paulo e, até lá, estaremos no circuito regional com essas duas bandas. Agora, fora esses dois trabalhos que são do selo, estamos também lançando uma 'menina', na 'praia' do dancing mesmo, chamada Adriane Quintaes, muito legal... Esperem que, em março, vai chegar o disco dela. Enfim, meu papel aqui no Espírito Santo vem sendo precisamente este: fazer 'links' com o que eu tenho de bom lá fora, tentando inclusive trazer isso para cá, e permitindo a gravação de discos mais competitivos, com qualidade melhor. Por exemplo, o mixador que fez esses dois discos para mim, 'obrigou-me' a ficar dois meses e meio aguardando ele terminar outros trabalhos já contratados, porque eu só queria ele: o Fábio Henriques. É um grande parceiro meu há 15 anos e a experiência dele já serviu para todos os 'grandes' que você pensar aí ... não é caso de experimentação, não!

SITES:
http://www.sergiobenevenuto.com/

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